Estão abertas e vão até o dia 04 de outubro o período para inscrições para a Iª Edição do Prêmio Sabores e Fazeres da Comida de Terreiro de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, uma parceria do Ministério da Igualdade Racial e da Fundação Cultural Palmares, com o objetivo de preservar valores sócio-culturais das contribuições da comunidade negra na formação da sociedade brasileira.
Serão investidos R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) em ações de promoção e proteção da culinária ancestral afro-brasileira, para 55 iniciativas culturais que tenham como foco o resgate do cardápio das tradições culinárias de matriz africana.
Os participantes devem registrar em vídeo suas receitas, destacando a importância histórica e o significado cultural dos alimentos preparados em seus territórios. A proposta é atuar na proteção e valorização das culturas dos povos de terreiro e de matriz africana.
A ministra da igualdade racial, Anielle Franco, destaca a parceria como um importante recurso de proteção e preservação cultural do patrimônio material e imaterial das tradições das comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiros. “Essa é essencialmente uma ação afirmativa e de combate ao racismo religioso. O povo negro e a comida de santo precisaram se reinventar e resistir ao processo de diáspora. A culinária de terreiro é um importante espaço de democratização social e política, de quebra de preconceitos e de valorização da história e cultura negra no nosso país”, ressalta.
Mais informações pelo edital I Edição do Prêmio Sabores e Fazeres da Comida de Terreiro de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Terreiro.
No escopo do edital, estão previstas ainda a realização de uma mostra gastronômica de comida de terreiro com workshop, palestras e degustação, com o objetivo de desmistificar a culinária desenvolvida nos terreiros, valorizar a importância da tradição e evidenciar comidas que influenciam a mesa dos brasileiros.
Para Diretora Luzi Borges, esse edital é uma das iniciativas de combate a fome, a pobreza e de incentivo a economia criativa desenvolvida historicamente pelos terreiros. “Desde pós abolição, o tabuleiro da baiana é a expressão mais próxima da diversidade cultural das comidas de terreiro, e segue até os dias atuais, preservando o respeito ao sagrado e a partilha circular da economia produzida pela comunidade. Das comidas doces, às salgadas. Das apimentadas, às sem dendê. No terreiro todo mundo come”, destaca.
Distribuição por região e Premiação – Com o objetivo de contemplar iniciativas culturais de diversos territórios, serão 11 premiados em cada uma das cinco regiões do Brasil, respeitando a riqueza e a diversidade das tradições gastronômicas locais.