De olho em trabalhadoras, Djamila Ribeiro abre instituto em bairro nobre

Paula Rodrigues

De Ecoa, em São Paulo (SP)

04/05/2022

É em um sobrado de esquina na alameda Tupiniquins, em São Paulo (SP), que agora mora a realização de um sonho antigo da filósofa Djamila Ribeiro. O janelão de vidro na fachada enfeitado com adesivos de flores coloridas estampa também o nome do local: Espaço Feminismos Plurais. Um instituto sem fins lucrativos. Ali, a partir de amanhã (5), serão oferecidos atendimentos e serviços gratuitos variados para quem bater à porta.

Acostumada desde a infância a acompanhar o pai em reuniões do movimento negro de Santos e, depois, já adulta, a trabalhar em organizações sociais, a filósofa conta que aprendeu na prática a importância do fazer em coletivo e de ter um espaço onde a troca de ideias entre pessoas de diferentes lugares seja constante. Algo a que ela deseja dar continuidade no espaço próprio.

“Agora, nesse momento da vida em que consegui uma certa visibilidade, chegou a hora de devolver para a sociedade o que recebi e aprendi nesses espaços”, diz Djamila No Espaços Feminismos Plurais – batizado com o mesmo nome da coleção de livros escritos por pessoas negras que a filósofa vem publicando desde 2017 -, tudo faz referência a personalidades negras que marcaram a história: do primeiro ao segundo andar, dos quadros que decoram as paredes até os nomes escolhidos para batizar cada cômodo.