A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) completou 40 anos de atividades nesta quinta-feira, 1º de junho. Para marcar a data, uma sessão especial foi realizada na Câmara Municipal de Vereadores de Salvador. A programação contou com apresentações das Sambadeiras da Universidade Aberta da Terceira Idade (UATI), programa de extensão da Uneb, e do cantor, compositor e capoeirista Tonho Matéria.
“Nós temos na Uneb um projeto idealista, protagonista e realizador, que resiste frente a todas as tensões que ainda pairam sobre a universidade pública e popular em nosso país. A nossa universidade tem servido à Bahia, ao Brasil e o mundo. Essa instituição, que se inicia multicampi e pluriterritorial, torna-se cada vez mais diversa, inclusiva, afirmativa, negra, indígena e popular. É uma universidade que tem um espaço permanente de pesquisa e extensão, de cultura e arte, de potente produção de ciência em todo o estado”, afirmou a reitora Adriana Marmori.
A secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, participou da homenagem e destacou que a Uneb tem uma marca muito presente na vida de cada baiano e cada baiana. “É muito importante saudar essa vocação democrática, inclusiva, soberana e profundamente vinculada aos desafios do nosso estado da Bahia, os desafios de um estado continental”, declarou.
Também participaram da mesa da sessão, presidida pelo vereador Augusto Vasconcelos, a vice-reitora da Uneb, professora Dayse Lago; a promotora do Ministério Público, Rita Tourinho, a deputada federal, Alice Portugal; o representante da Associação dos Docentes do Estado da Bahia (Aduneb), professor João Pereira; o coordenador geral do Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos (Sintest), Firmino Filho; e o presidente da União dos Estudantes da Bahia, o estudante Pedro Lucas.
Pioneirismo – Fruto de transformação na trajetória sociocultural e econômica do estado, a Uneb foi fundamental na luta coletiva por uma educação superior pública, gratuita, democrática e inclusiva. Foi a primeira universidade pública do norte e nordeste e a segunda do Brasil a reconhecer o direito da integração de mais estudantes negros e negras dentro do universo acadêmico.
Em 2003, a Uneb instituiu o sistema de reserva de 40% das vagas para pessoas negras, oriundas da escola pública, nos cursos de graduação e pós-graduação. No ano de 2008, cerca de 5% das vagas passaram a ser reservadas para candidatos indígenas.
Em 2018, a universidade deu mais um passo para aprofundar a democratização do acesso ao ensino superior, com a criação de cotas para quilombolas, ciganos, pessoas com deficiências, espectro autista e altas habilidades; travestis e transexuais.